Poder, intrigas amor, paixão, lutas, pactos, esses e muitos outros são os termas de Corpo a Corpo, novela de Gilberto Braga, escrita com a colaboração de Leonor Bassères e dirigida por Dênis Carvalho e Jayme Monjardim, que estreia na próxima segunda-feira ás 20h25min, na Globo.
Muitas histórias se entrelaçam, com a busca do poder em meio a todas: Eloá (Débora Duarte), por exemplo, quer subir na vida, acredita ter chances de se destacar na empresa de engenharia onde trabalha ao lado do marido, Osmar (Antônio Fagundes), que não está interessado em ascender. Para conseguir seu intento, ela faz um pacto com um homem - aparentemente, o demônio - que irá modificar inteiramente a sua vida.
-Procurei armar a novela em dois níveis - fala Gilberto Braga. Num plano mais realista, começa com a história de um casal, em que a mulher é mais competente do que o marido. E como é que fica um casal quando a mulher é "mais" do que o homem? Parece me um tema do momento, com tantas mulheres começando a ocupar lugares profissionalmente glamurosos. Vamos tentar trazer essa discussão à baila. Em outro nível - o despudoramente folhetinesco - a novela é a história de uma mulher que aparentemente faz um pacto com o Diabo para "vencer" na vida. Diabo ou alguém que esteja querendo se passar por ele. Existe, realmente, na trama, a figura do Diabo? Quem é esse homem? Esse talvez seja o gancho mais forte na novela.
Mas outras histórias também permitem mil viradas na narrativa: o relacionamento de Alfredo Fraga Dantas (Hugo Carvana), poderoso empresário, com os filhos e com uma mulher doce e bondosa. Tereza (Glória Menezes), quase um anjo que entra em sua vida; a constante busca de ascensão social de Lúcia Gouvéia (Joana Fomm), que precisa manter o seu status através de um casamento com um homem rico, embora no passado tenha um segredo que envolve Amauri (Stênio Garcia); a luta de Sônia (Zezé Motta), arquiteta que não consegue colocar-se no mercado; a vida difícil do jovem Rafael (Lauro Corona), após perder tudo numa enchente, muda-se para o Rio de Janeiro, tentando a sorte e abdicando de muitos sonhos, em troca de um futuro mais estável. E muitas mais.
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O Fluminense - 24/11/1984 |